segunda-feira, dezembro 29, 2008

Feliz (?) 2009!

Hoje de manhã, enquanto lia o jornal de anteontem tomando café (eu só tomo café da manhã se tiver alguma coisa pra ler, nem que seja rótulo de margarina) no sofá da sala com a Bullet aos meus pés, me deparei com uma dessas previsões para o ano que vem. Búzios, tarô, horóscopo chinês, runas, borrão de café e afins, tudo ao mesmo tempo agora, normal nessa época do ano. O que deu nos meu colhões é que TODAS essas previsões estão extremamente negativas. Pelo visto eu não vou poder sair de casa, nem gastar dinheiro, nem mudar de emprego. Se possível, melhor nem trocar de roupa ou cortar o cabelo e passar totalmente despercebida pelo temível radar do cosmos que faz as coisas que estão escritas no horóscopo acontecerem. Claro, isso tudo se eu fosse uma das milhares de pessoas da enorme massa que acredita que a posição dos astros no momento do seu nascimento de alguma forma afeta a sua personalidade. Aliás, se você que está lendo (tem alguém lendo?) faz parte dessa massa, sugiro uma ida rápida ao supermercado mais próximo, onde você poderá enfiar toda a sessão de enlatados num carrinho, levar pra casa e montar um bunker no seu quarto. Só saia de lá quando 2009 acabar, pois tudo indica que será caótico. Júpiter disse que eu preciso segurar a grana senão no meio do ano eu já estarei balançando uma canequinha em alguma esquina por aí com os cabelos cheios de nós. Ele também falou que eu preciso ser mais realista, não esperar muito dos relacionamentos, que eu vou ter um pouco do entusiasmo de 2006, só que mais pé no chão. Se ele chama de entusiasmo, tudo bem, eu chamaria de falta de noção total e irrestrita. Foi o ano em que eu fiz todas as coisas que não vou contar pros meus netos, mas que talvez diga por alto aos meus sobrinhos. Não vou ter filhos e, conseqüentemente, não terei netos para estragar, mas serei uma velha feliz de tinta no cabelo e gatos na varanda, que lê o jornal de anteontem enquanto toma café com Valium e fica preocupada com o pessimismo astrológico.

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Hell yeah, I'm back.

Resolvi voltar com isso aqui, pois preciso de uma válvula de escape. Mas se você veio aqui pelo sexo, adeus. Não vou falar sobre isso (ainda). Nem sobre a vida em cativeiro do tucano azul, tampouco sobre os hábitos alimentares da baleia jubarte ou sobre o final de temporada daquele seriado.
Na verdade eu não faço a menor idéia de sobre o que eu vou falar hoje... Pensei em dar dicas aos nerds de como conquistar uma mulher, mas eu acho que basta que eles continuem sendo nerds. Calça xadrez marrom e óculos colados com fita crepe dão um charme extra também. Se tiver TOC e gostar de lavar roupas como eu, perfeito!
Aliás, esse hábito, dentre todos os meus hábitos e manias conhecidos, é o mais estranho. Ainda não encontrei outra pessoa no mundo que coloque a roupa na máquina de lavar e fique lá debruçada sobre ela olhando as roupas girarem, primeiro devagar, depois cada vez mais depressa, até elas virarem um borrão colorido. Eu só não contava com a astúcia da minha Brastemp antiga, que quebrou: 'Ih, queimou o circuito de novo dona, acho melhor nem trocar mais'. Se ele soubesse como isso doeu em mim...
Aquela era uma máquina com bolas de aço. Ela não batia a roupa, espancava. Ela não centrifugava, ela secava na base da porrada. Era tão forte que às vezes eu tinha que segurar ela no chão pra não levantar vôo. Claro que eu não colocava meias finas e calcinhas de renda nela. Tinha que ser roupa que agüentasse o tranco. Mas ela se foi (que Deus a tenha) e não adianta chorar sobre a máquina enguiçada. Compramos uma Electrolux. Maior capacidade. Mais bonita, vários programas de lavagem, falta pouco fazer café e escrever num blog. Mas uma donzela. Delicada, finíssima, pra casar. Mas se você espera que a sua roupa saia limpa de lá de dentro, esqueça. Se você espera que a sua roupa SAIA de lá de dentro, esqueça também, o ciclo mais curto dela leva 3 horas.
O bom disso tudo é que minha mania de ver a roupa girar está bem controlada agora. Afinal, eu não tenho tempo nem saco pra ficar 3 horas olhando a máquina não fazer absolutamente nada. De vez em quando ela dá um gemidinho e meia rodadinha, mas nada que valha o esforço.
Vou ter que voltar meu TOC para outras coisas. Eu gosto de consertar o cabo da TV, por exemplo. Mas dessa vez acho que vou voltar minha obsessão para as papoulas...