segunda-feira, maio 12, 2008

Retrospectiva de mim.


Aos quatro eu dançava lambada;
Aos onze axé;
Aos dezoito eu não dançava nada. Imaginava eu que tinha tomado vergonha na cara, mas fui descobrir aos vinte e quatro que vergonha na cara é outra coisa e vem sem bula...
Aos cinco eu arrastei minha irmã dentro de uma caixa de papelão e ela se ralou no chão. Não doeu tanto quanto os tapas da minha mãe na minha retaguarda, creio eu...
Aos seis eu apostei com uns meninos que colocava uma minhoca seca na boca.
Aos seis eu ganhei a aposta...
Aos onze eu ganhei minhas primeiras flores e se eu soubesse quão raras eram, não teria pisado nelas. Aos doze me apaixonei pela primeira vez.
Aos dezoito pela segunda.
Aos vinte e um pela terceira e última. E pra mim já deu. Os demais foram encantamentos com duração de 12 horas. Culpa de alguma bruxa pérfida, chamada Carência ou Frustração.
Aos quatro eu queria ser florista.
Aos sete eu queria ser veterinária. Aos quatorze eu tinha certeza absoluta que tinha nascido pra ser rockstar.
Aos dezesseis eu queria ser escritora.
Aos vinte e seis eu serei marqueteira.
Ou não. Quem sabe...
Aos treze eu sabia que nunca ia lavar cueca de homem nenhum.
Aos vinte e três eu percebi que ia até cozinhar.
Aos quinze eu odiava meu pai com todas as minhas forças.
Aos vinte e quatro eu o amo demais, salvo raras exceções.
Aos dezesseis fumei meu primeiro cigarro.
Aos dezenove fumei meu último cigarro.
Aos vinte e um fumei meu primeiro cigarro de novo...
Aos oito eu era ‘a’ cdf da escola, em negrito e itálico.
Aos dezesseis eu nem ia à escola.
Aos dezoito eu sofri meu único acidente grave.
Espero que aos setenta ele continue tendo sido o único.
Terminei aos dezoito meu primeiro relacionamento.
E comecei meu segundo relacionamento. Que perdura até hoje, entre trancos e barrancos.
Sim, foi um ano tumultuado.
Aos dezessete não sabia o que queria da vida.
Aos vinte e quatro não sei o que a vida quer de mim.